Associações de taxistas, condutores que usam aplicativos para encontrar passageiros e mototaxistas de Ciudad del Este anunciaram para a próxima quinta-feira (24) o fechamento da Ponte Internacional da Amizade. A mobilização vai cobrar o fim da fila permanente de caminhões de carga sobre a via que une Paraguai e Brasil, na região de Foz do Iguaçu. Protesto contra aumento de combustíveis na segunda (21) acabou não acontecendo.
"Informamos ao público que a Ponte da Amizade estará encerrada por tempo indeterminado no dia 24 de fevereiro deste ano", ressaltam em manifesto os profissionais do volante. Que informam: "Isto (é) em consequência da falta de controle e fiscalização sobre a ponte na organização da fila provocada pelos camiões de grande dimensão que entram e deixam o país:
Os transportadores de passageiros destacaram que as instituições encarregadas de controlar o trânsito pela passagem de fronteira não realizam seu trabalho. Sem um controle, dizem, os condutores dos veículos de grande porte "não respeitam os horários de circulação, causando longas filas em ambos os lados da porta de entrada internacional".
O congestionamento de caminhões em fila dupla, segundo eles, se estende até um porto seco as margens da Ruta PY 02, que é o principal acesso entre a aduana, centro de Ciudad del Este e demais regiões do Paraguai. As associações representantes dos motoristas pedem que a Prefeitura tome uma providência para acabar com as filas de caminhões.
Operação Padrão
A fila permanente de caminhões de cargas sobre a Ponte da Amizade e outras fronteiras seca do Brasil, é resultado da Operação Padrão deflagrada por auditores da Receita Federal e fiscais agropecuários. Os servidores atuam em duas áreas que fiscalizam produtos que entram e saem do país e pedem a reestruturação da carreira e reforço na equipe, no caso da Agricultura. Os auditores da RF são contra a redução de 51% na verba operacional para 2022, definida pela União.
Com fiscalização mais rigorosa, o tempo de despacho é mais, o que mantém em média três mil veículos "presos" na região das Três Fronteiras, que inclui a Argentina. Entidades do setor produtivo do Paraná estimam prejuízo diário de quase R$ 4 milhões. A mobilização dos servidores federais, provoca demoras de até 36 horas sobre a Ponte da Amizade, como registrou o GDia na primeira metade deste mês.
Drama sobre a ponte
"Os nossos parceiros autônomos não estão mais aguentando essa situação", denunciou o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Foz do Iguaçu (Sindifoz), Rodrigo Gueller. "Estamos cobrando uma atitude do governo federal", ressaltou.
De acordo com ele, o problema se arrasta por mais de 10 anos envolvendo os fiscais da RF e auditores da Agricultura na fronteira. "Gostaria que empresários e as pessoas da fronteira entendessem o drama dos motoristas que ficam dentro do caminhão em cima da ponte por mais de 24 horas, 30 horas, 36 horas, sem ter alguém para levar comida, ir ao banheiro em muitos momentos".
FONTE GDIA
