http://www.radiofronterafm.com.br/ads.txt
Não surtiu muito efeito a limitação do volume de combustível e o horário para brasileiros e paraguaios abastecerem em Puerto Iguazú, na Argentina. As normas, adotadas em dezembro do ano passado e os longos períodos de espera nas filas, não impediram o consumo de todo o estoque, fazendo faltar o produto nos postos da cidade vizinha e municípios da faixa de fronteira do país vizinho, como ocorreu na última sexta-feira (29).
O baixo preço do litro de gasolina, em média a metade do valor pago no Brasil e no Paraguai, é o principal atrativo que leva condutores e proprietários de veículos a cruzar a Ponte Internacional Tancredo Neves, para abastecer em Puerto Iguazú. O desabastecimento do produto também foi registrado nas cidades vizinhas de Libertad, Esperanza e Wanda, que estão dentro da faixa de fronteira (menos de 40 quilômetros).
Puerto Iguazú, que junto com Foz do Iguaçu (Brasil), Presidente Franco e Ciudad del Este (Paraguai) formam a Tríplice Fronteira, convive com o desabastecimento de combustível desde o final de 2021 (a fronteira foi reaberta no dia 1º de novembro). A grande procura é resultado do congelamento dos preços dos combustíveis pelo governo nacional, fazendo com que a petroleiras segurem o produto.
Outras questões estão relacionadas a redução da cota de combustível por cidade (cada província recebe um volume específico para abastecer suas populações, com base na média dos meses anteriores) e a venda ilegal. A situação se agravou na última semana, fazendo com que veículos utilizados para a prestação de serviços, como turismo, ficassem sem rodar.
Posadas
A escassez de combustível, de acordo com a imprensa argentina, também afetou Posadas, capital da província de Misiones, onde o produto faltou em vários postos. A cidade é unida por uma ponte com Encarnación (Paraguai). A expectativa, de acordo com empresários e lideranças do segmento, era pela chegada de um carregamento extra chegar a Puerto Iguazú no final de semana ou nas próximas horas.
O empresário Faruk Jalaf, diretor da Câmara de Postos de Combustível do Nordeste Argentino (CESANE), revelou que no final do mês se esgotam as cotas correspondentes, fazendo faltar o produto, mas que a situação deverá ser normalizada nos primeiros dias de fevereiro.
“Nas primeiras três semanas do mês voltará a acontecer a mesma coisa, ou seja, haverá produto e até ao final do mês, se os preços se mantiverem congelados, com certeza voltará a haver desabastecimento”, disse.
À imprensa da Argentina, Jalaf lembrou que a falta de diesel já acontecia no país, antes mesmo da reabertura das fronteiras. “O diesel é muito consumido na província pela indústria, transportes públicos e atividade de carga”, ressaltou.
De acordo com as normas aprovadas em dezembro pelo município de Puerto Iguazú, condutores e proprietários de veículos estrangeiros (moradores de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Presidente Franco), poderiam abastecer no máximo 15 litros por vez. O procedimento também só é permitido das 12h às 18h e das 23h às 06h. Aos sábados, domingos e feriados, o horário será das 12h às 06hs.
fronteira com Gdia / Foto: La Voz de Cataratas