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Foz do Iguaçu já é destaque internacional no turismo pelos belos atrativos, mas na última semana o município chamou a atenção por outro motivo, desta vez no campo da economia. Um levantamento divulgado pelo site colaborativo Expatistan mostra que a Terra das Cataratas está entre as 164 cidades mais caras do mundo para se viver.
No total, oito municípios brasileiros integram a lista, que é feita com base na média dos preços de itens enviados por milhares de pessoas de quase duas mil cidades ao redor do globo. Para calcular o valor do índice de cada país, o site atribui um valor de 100 a um local de referência (no caso, a República Tcheca).
Em solo nacional, o Rio de Janeiro é o campeão, com um custo mensal estimado para uma família de quatro pessoas de R$ 15.066. São Paulo ocupa na segunda posição, com custo mensal de R$ 15.134.
Em terceiro lugar está Santos, cidade do litoral do estado de São Paulo; seguida por Campinas, no interior do mesmo estado; Brasília (DF), Porto Alegre RS), Salvador (BH) e Foz, que tem um custo de vida mensal por família estimado em R$ 10.012, ou cerca de R$ 3.900 por pessoa, ocupando o oitavo lugar no Brasil entre as regiões mais caras.
No mapeamento do Expatistan é possível conferir ainda uma lista com o preço médio de alimentos, bebidas, moradia, transporte e outras necessidades básicas de quem mora em Foz. Dentre os itens destaca-se o aluguel. Uma residência de 85 m² mobiliada, em área média, tem valor mensal estimado em R$ 1.537. Um almoço, em área nobre da cidade, sai por cerca de R$ 27 por pessoa.
Muito imposto e pouco retorno
As altas taxas de juros e impostos estão entre os fatores que classificam a fronteira entre Paraguai e Argentina dentre as localidades mais caras do Brasil. Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre deste ano, os iguaçuenses pagaram R$ 186,9 milhões em tributos, cerca de R$ 30 milhões a mais que no mesmo período de 2023. Os dados são do Impostômetro, divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que monitora os dados em tempo real.
Em todo o País já foram arrecadados R$ 2 trilhões em impostos. A marca foi atingida no dia 21 deste mês. O Brasil ocupa o último lugar em um ranking feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) com os 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo e com o pior retorno à população.
Neste cenário, o País amarga a segunda pior posição entre os membros do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo além da União Europeia, quando se trata de população vivendo abaixo da linha da pobreza. Cerca de 3,5% dos brasileiros eram extremamente pobres em 2022. O país só perde para a Índia, cuja taxa era de 12,9% em 2021, último dado disponível.
“O problema não é a carga tributária em si, mas o retorno que o cidadão recebe. Em 1995, quando discutíamos a Reforma Tributária, a carga era de 22%, 24% do PIB. Hoje, estamos com 35%, sem que tenha havido uma grande melhoria nos benefícios para a população”, destacou o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo.
Cenário global
A primeira colocada do ranking mundial é Londres, no Reino Unido, com custo de vida para uma família de quatro pessoas de 6.717 libras. Nova York, nos Estados Unidos, ocupa a segunda posição, seguida por Zurique, na Suíça.
fonte Gdia