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As fortes chuvas que elevaram a vazão do Rio Iguaçu, nas últimas 48 horas, represaram as águas do Rio Paraná, que devem subir rapidamente neste domingo (29), em Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai). O prognóstico é da Comissão Especial de Cheias (CEC) da Itaipu Binacional, acionada para acompanhar a situação e contribuir para mitigação dos danos, de maneira proativa. Os órgãos de segurança no Brasil e Paraguai também foram acionados para que ninguém ficasse em risco.
Na área próxima à Ponte da Amizade é esperado um aumento de aproximadamente seis metros no nível do rio, até as 20 horas de hoje, passando de 110 metros para 116 metros acima do nível do mar. Na segunda-feira (30), o nível do Rio Paraná deve continuar subindo, porém de forma mais gradativa. A previsão é que o pico de 117 metros seja atingido por volta de 21 horas.
Cerca de 120 famílias no bairro San Rafael, em Ciudad del Este (Paraguai), devem ser afetadas nas próximas horas. A cota de inundação para as primeiras residências é de 108 metros. Voluntários da Itaipu, sob a coordenação da Assessoria de Responsabilidade Social da margem direita (paraguaia), trabalham na remoção e translado das pessoas atingidas para áreas seguras, em parceria com os governos locais. A ajuda da Binacional também incluirá a distribuição de telhas e kits de alimentos para mitigar os efeitos das recentes tempestades ocorridas em vários departamentos do Paraguai.
No lado brasileiro, as águas do Rio Paraná não devem atingir moradias. Neste momento, o único impacto previsto é nas estruturas do porto de areia do bairro Porto Meira, afetado quando o nível chega a 114 metros.
Efeito represamento
O Rio Iguaçu, ao desaguar no Rio Paraná, está causando um aumento significativo na vazão deste último nas últimas horas. Após o encontro dos dois rios, a vazão do Rio Paraná mais que dobrou – passando de 15 para 32 milhões de litros por segundo.
Não há impacto direto na usina. Para mitigar os efeitos da elevação do Rio Iguaçu, Itaipu está fazendo o possível para reter a maior quantidade de água que chega ao seu reservatório. Na manhã deste domingo, o nível do lago estava em 218,86 metros, aproximadamente 2,5 metros abaixo do seu nível máximo.
A decisão é manter o vertedouro fechado pelo menos até quarta-feira, 1º de novembro. Caso haja a necessidade de abrir as comportas devido ao aumento da chegada de água ao reservatório, a Itaipu informará sobre essa medida.
Os níveis do Rio Paraná e a vazão no Rio Iguaçu são continuamente monitorados e avaliados pela Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos da Itaipu, subordinada ao Departamento de Operação o Sistema, agora também discutidos na reunião diária da Comissão de Cheias, formada por profissionais, brasileiros e paraguaios, de diferentes áreas da empresa. A binacional emite boletins hidrológicos diários, que são repassados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai e podem ser consultados no link: https://www.itaipu.gov.br/
Chuvas atípicas
A intensidade das chuvas e a magnitude de sua área de extensão, por quase toda a bacia do Rio Iguaçu, são consideradas atípicas pelos técnicos da Itaipu, que acompanham a precipitação das bacias relacionadas à usina.
Nas Cataratas do Iguaçu, a previsão é que a vazão na segunda-feira (30) ultrapasse os 20 milhões de litros de água por segundo. O montante representa 13 vezes a vazão média registrada no atrativo.
A equipe técnica da concessionária Urbia Cataratas, que faz a gestão da visitação do Parque Nacional do Iguaçu, e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão que administra a unidade de conservação, seguem monitorando e avaliando em tempo real a situação do Rio Iguaçu, na região das Cataratas do Iguaçu.
Assessoria