http://www.radiofronterafm.com.br/ads.txt
O Paraguai é o terceiro país com mais brasileiros residindo legalmente, segundo mostra balanço divulgado nesta semana pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), atrás dos Estados Unidos com 1,9 milhão e Portugal, com mais de 360 mil. De acordo com a estatística, mais de 254 mil cidadãos que nasceram no Brasil foram morar no país vizinho, principalmente a partir do final do século passado, atraídos pela produção agrícola. A maioria, que reside próxima a faixa fronteiriça, utiliza o sistema público de saúde de municípios como Foz do Iguaçu, que são referências regionais.
O número de brasileiros morando no exterior chegou em 2022 a 4,59 milhões, mostra o levantamento do MRE. Desde 2009, não há tantos nativos do Brasil morando fora do país, de acordo com o Itamaraty. Naquele ano eram 3,18 milhões. O maior salto de um ano para o outro, desde 2009, foi de 2012 para 2013, quando o número de brasileiros morando fora aumentou 48%. Além dos EUA, Portugal e Paraguai, Reino Unido com 220 mil e Japão com mais de 207 mil completam o top 5 da estatística.
Em 2021, segundo os dados mais recentes do Itamaraty, o Paraguai foi o primeiro destino dos imigrantes brasileiros na América Latina, com cerca de 246 mil pessoas. O número representa quase 30 mil a mais vivendo no país vizinho do que em 2016, ano em que o último balanço havia sido divulgado. Para morar lá, é necessário preencher um formulário de solicitação e apresentar alguns documentos como certidão de nascimento, registro criminal e certificado sanitário emitido por um médico autorizado pelo ministério da Saúde local.
Atrativos
Muitos brasileiros optam por morar nos centros urbanos do Paraguai, como em Ciudad del Este, capital do departamento de Alto Paraná, atraídos pelas instituições de ensino superior, especialmente de Medicina. Eles também podem ser atraídos pelos valores que recebem para trabalhar no comércio ou outros setores. O salário mínimo do pais é de G$ 2.680.373, é superior a R$ 1,8 mil em conversão no câmbio oficial desta quinta-feira (10).
No entanto, segundo uma estimativa do Ministério do Trabalho do Paraguai, pouco mais de 23,4% dos trabalhadores do setor privado do país ganham o mínimo legal, com cerca de 40% dos paraguaios em idade ativa recebendo valores abaixo disso, resultado da informalidade nos diferentes setores da economia local. Muitos dos chamados “brasiguaios” cruza a fronteira para utilizar serviços públicos do Brasil, como o sistema de saúde, que é melhor estruturado que o do país vizinho.
Em Foz do Iguaçu, o prefeito Chico Brasileiro (PSD) tem cobrado das autoridades federais um reajuste nos repasses dos SUS (Sistema Público de Saúde), especialmente para atender esta demanda que mora em municípios na abrangência do Lago da Itaipu Binacional. Para se ter uma ideia, no auge da pandemia da covid-19, em 2021, estes brasileiros lotaram o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, que é uma referência regional no extremo-oeste do Paraná.
Um e sem brasileiros
O levantamento do MRE divulgado esta semana aponta ainda algumas curiosidades, como Coreia do Norte, São Cristóvão e Névis e Micronésia com apenas um brasileiro residente em cada. Já Afeganistão, Líbia, São Vicente e Granadinas não tem nenhum cidadão brasileiro residindo legalmente.
As cidades no exterior em que há mais brasileiros morando são Nova York (EUA) com mais de 500 mil residindo, seguida de outras importantes cidades daquele país – Boston com 390 mil e Miami com 295 mil. Em quarto lugar aparece Lisboa, em Portugal com 250 mil brasileiros e Londres, no Reino Unido, com 190 mil brasileiros residentes.
fronteira / G DIA